domingo, 26 de abril de 2009

George W. Bush vira personagem na visão de Oliver Stone












Filme traz George W. Bush como presidente incompetente mas simpático. Dirigido por Oliver Stone, ‘W.’ estreiou em SP e Brasília nesta sexta (24). Na trama, Josh Brolin interpreta o ex-presidente dos Estados Unidos.

Continue Lendo

Carla Meneghini
Do G1, no Rio

Com o início da era Obama na presidência dos Estados Unidos, a figura de George W. Bush já parece ter caído, rapidamente, no esquecimento. Mas a polêmica sobre seu estilo peculiar de governo reacende agora com o lançamento do filme “W.”, de Oliver Stone, que chega aos cinemas de São Paulo e Brasília nesta sexta-feira (24).
No longa-metragem, Bush é mostrado como um presidente incompetente e incapaz, que enfrenta problemas de alcoolismo e sentimentos de inferioridade.


Entretanto, Oliver Stone – que já se debruçou de forma combativa sobre a política americana em “JFK” e “Nixon” – surpreende ao retratar Bush como um sujeito simpático, galanteador e até mesmo ingênuo. No papel do presidente, Josh Brolin provoca até arrepios tão fiel é sua interpretação.
A trama foge à ordem cronológica e exibe flashbacks intercalados, ora mostrando as noites de loucuras de Bush na universidade, ora avançando para sua rotina na Casa Branca. Perturbado diante do sucesso de seu irmão Jeb, claramente o favorito do papai Bush, o jovem George passa a dedicar sua vida a bebedeiras, carros e mulheres, colecionando demissões e sermões da família, até sua redenção religiosa, aos 40.

Já na Casa Branca, Bush aparece como um verdadeiro fantoche, manipulado principalmente pelo vice-presidente Dick Cheney (Richard Dreyfuss) e o vice-chefe da Casa Civil Kart Rove (Toby Jones). Numa das melhores sequências, Bush adverte Cheney: é o presidente quem deve brilhar.

O ponto alto do filme fica por conta das cenas do presidente em seu gabinete, com Condoleeza Rice (Thandie Newton), Donald Rumsfeld (Scott Glenn), Colin Powell (Jeffrey Wright) e outros, discutindo o futuro dos Estados Unidos e do mundo como se fosse um jogo.


É nesse ambiente que Stone revela um provável diálogo que teria levado ao nascimento da Guerra do Iraque, evidenciando as contradições que sustentavam o discurso do então presidente. A semelhança entre os atores e os personagens reais torna a experiência ainda mais intensa.

Pela câmera astuta de Stone, “W.” une elementos do drama e da comédia. Mas desta vez o diretor deixou de lado seu típico discurso inflamado para adotar uma crítica mais sutil, mas nem por isso menos eficiente.

Fonte: G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário